Com nova lei, Prius pode ser feito no Brasil
Legislação pode beneficiar elétricos e híbridos com subsídio para serem fabricados no Brasil
Bernardo Caram e Tião Oliveira
JF Diorio/Estadão
Prius pode ser fabricado com valor abaixo dos R$ 100 mil
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O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, afirmou que medidas de incentivo à importação, comercialização e produção de carros híbridos e elétricos serão anunciadas pelo governo depois do feriado de carnaval. As mudanças nas regras devem abrir espaço para a produção do Toyota Prius no Brasil.
A produção local do Prius depende justamente da aprovação, pelo governo, da proposta enviada pela Anfavea que prevê reduzir os impostos de carros “verdes”. Segundo o diretor de relações públicas e governamentais da Toyota, Ricardo Bastos, entre as medidas sugeridas está a isenção do IPI para modelos híbridos e elétricos. Com isso o preço do Prius poderia baixar dos atuais R$ 120 mil para menos de R$ 100 mil.
Para ter direito ao benefício, as empresas terão de aderir a um programa complementar ao regime automotivo Inovar-Auto. Além disso, os volumes de importação deverão ser controlados por meio de cotas.
De acordo com Bastos, a Toyota vende, em média, uma unidade do híbrido por dia no Brasil. "Esse número pode parecer pequeno, mas o carro custa o dobro do preço nos EUA e, como já é feito em regime de CKD (com peças importadas e montagem local) na China e Tailândia, é perfeitamente viável fazer o mesmo no Brasil.
O Prius "brasileiro" poderá ter motor flexível. "Temos uma grande vantagem que é o etanol, um combustível consolidado e oferecido em todo o País", afirma o executivo.
Além da Toyota, apenas a Lexus e a Ford oferecem regularmente modelos híbridos no mercado brasileiro. A divisão de luxo da Toyota importa do Japão o CT200H, hatch que usa a mesma base do Prius e parte de R$ 149 mil. Já a marca norte-americana importa do México o sedã Fusion, que na versão "verde" é tabelada a R$ 124.990.
Segundo Moan, a proposta feita pela Anfavea prevê um procedimento de três etapas. Na primeira, o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que incide sobre esse tipo de veículo será reduzido. Atualmente, o impostos para elétricos e híbridos é de 25%, quase o dobro do cobrado de modelos com motor a combustão.
A segunda etapa, que teria um prazo de três anos, diz respeito à nacionalização de componentes de veículos dessa categoria. O último ponto, com mais dois anos para ser cumprido, será a fabricação de
carros híbridos e elétricos no Brasil. “A negociação está adiantada, agora é uma decisão por parte do governo", afirmou Moan, que participou de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado para discutir os altos preços dos carros vendidos no Brasil.
De acordo com o presidente da Anfavea, um programa de incentivo à renovação de frota de caminhões também deve ser editado pelo governo ainda no primeiro trimestre deste ano. Empresas do setor sugeriram a criação de linhas de crédito para viabilizar o projeto, além de pagamento de bônus para quem fizer a troca e reciclagem da frota defasada. A proposta é bem parecida com a implantada em Minas Gerais.
Moan afirma que rodam no País cerca de 250 mil caminhões com mais de 30 anos de uso.
O executivo falou ainda sobre as negociações para a implantação do Programa Exportar-Auto, que pretende facilitar a exportação de veículos feitos no Brasil. "O Exportar-Auto não deve ser lançado como um pacote fechado, mas como uma série de medidas, que formarão o programa."
Moan diz que a Anfavea não pediu desoneração tributária nesse pacote, mas medidas como facilitação ao comércio exterior e elaboração de acordos de comércio internacional.
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